Kaoru Hiramatsu

Kaoru Hiramatsu nasceu na província de Okayama em 09 de junho de 1906, filho primogênito de Sakutaro e Kame Hiramatsu. 

Em abril de 1914, por motivo de doença interrompe o curso do ginásio Kansai na cidade de Okayama, e em janeiro de 1915 interna-se no “Mosteiro Zen de Shikagaya”, em Kioto onde pratica a vida monástica por um período de dezoito meses. 

Com a melhora de sua saúde, estagia na Estação Experimental Agrícola e Fruticultura de Okayama, ocasião em que dá o seu primeiro passo na pesquisa de fruticultura. 

Devido aos conhecimentos transmitidos por seu pai, proprietário de plantação de pêssegos, recebeu seu primeiro prêmio, denominado “Prêmio de Dedicação”, do diretor Dr. Teiji Ishikawa. Em 13 de Outubro de 1930, casa-se com Asano Kobayashi, e em janeiro de 1933, chega ao Brasil, onde colocou em prática as técnicas que aprendera no Japão. 

Sua primeira atividade foi na Colônia Agrícola da Primeira Aliança, no Estado de São Paulo, onde por dois anos permanece como colono, período no qual adquire experiência suficiente para inteirar-se da realidade da agricultura em seu novo país. Em 1935 muda-se para Mogi das Cruzes, passando então a desenvolver atividades frutícolas na propriedade do Sr. Fukashi Furihata, atual “Casa do chá” tombada pelo patrimônio histórico, iniciando assim seu sonho de incentivar essa atividade no Brasil. 

A partir de 1939 passa a ser encarregado do setor de fruticultura da Estação Experimental da Cooperativa Mista de Mogi das Cruzes, desempenhando atividades como consultor dos fruticultores da região até meados de 1953. Em 1944 adquire um sítio de um alqueire, no bairro do Rodeio, município de Mogi das Cruzes, dando lhe o nome de “CHU-HO-EN”, em homenagem ao seu pai, que possuía uma propriedade com nome idêntico no Japão. 

Neste sítio passa então a aplicar toda a tecnologia frutícola por ele desenvolvida especificamente no cultivo de caqui, pêssego e uvas de mesa de cascas especiais, inéditas no Brasil. Seu sítio converte-se então em um verdadeiro laboratório frutícola realizando cobertura logística aos fruticultores em toda a extensão do território nacional, inclusive o Paraguai. 

Disseminando seus conhecimentos através de seminários, palestras e publicações, além de exame “in colo” da problemática frutícola, onde quer que ele fosse, era solicitado, isso aconteceu até os últimos dias de sua vida. Em 1944 casa-se novamente, agora com Hanayo Ohata. Fundou o Grêmio dos Fruticultores de Mogi das Cruzes em 1947, sendo o seu primeiro presidente, cargo que ocupou por vários anos. 

Foi responsável pela implantação da tradicional “Festa do Caqui” de Mogi das Cruzes, no ano de 1952, tomando parte seguidamente da Comissão Julgadora para classificação dos que concorriam com seus frutos. Ao mesmo tempo desenvolveu no seu sítio uma variedade de caqui, mais tarde nomeada em sua homenagem de “Kaoru”, pela Faculdade de Agronomia Luís de Queiroz, de Piracicaba. 

Em 1957, atendendo ao convite da Cooperativa Central Agrícola Sul Brasil, passa a dar assistência técnica aos seus associados, como responsável do Departamento de Fruticultura, até o ano de 1984, ocasião de sua aposentadoria. 

Ao final de sua vida escreve um livro nomeado Fruticultura Tropical, que encerra com profundos conhecimentos sobre o ramo, esses coletados ao longo de sua vida, dedicada à fruticultura desse país. Falece no dia 1º de abril de 1987, em sua pequena propriedade que foi na época centro de estudo e peregrinação de fruticultores do Brasil.